sexta-feira, 5 de junho de 2015

Conto ♥.♥

Boa Noite amores *-*
Hoje é dia de conto aqui no blog   ee.ee
Semana passada ficou sem conto, mas essa semana teremos 2 para compensar ^^

Os contos são dos amigos do FACE e como dito NADA É MODIFICADO NO CONTO
E O CONTO DE HOJE É DE PIETRO VAUGHAN - ESCREVA SOBRE A MINHA MORTE

ESCREVA SOBRE A MINHA MORTE 

Hoje. John Reed, desperta com uma arma calibre .38 na mão e com a polícia esmurrando a porta de seu quarto. Um policial grita o nome dele, mas John não responde. Ele sabe que não terá destino melhor do que o destino da mulher deitada ao lado dele. Ela foi morta com um tiro na cabeça. Os policiais chutam a porta para abri-la. John sabe que é questão de segundos para ser preso ou morto. Ele confere o tambor da arma e encontra uma bala.
Duas semanas atrás. O pequeno quarto na pensão para rapazes da Senhora Sophia, está um caos. Cama desarrumada. Portas do guarda-roupa abertas. Garrafas de vinho barato no chão. A vitrola tocando um disco riscado de jazz. Tudo refletindo o caos na mente de John Reed. Ele é escritor. Mas, tem um mês que ele não escreve uma única palavra do novo livro. A folha na máquina de escrever continua em branco e enchendo-se de poeira. O primeiro livro escrito por John escreveu-se praticamente sozinho. Ele o escreveu em um mês e da mesma maneira rápida ele conseguiu um editor para publicá-lo. Assim o primeiro romance policial do escritor de vinte e cinco anos foi um sucesso. Do tipo bonitão, John não apenas conseguiu ter seu rosto estampado na contracapa do livro, mas seus olhos esverdeados estamparam os jornais da cidade e ele foi visto com belas mulheres em bares e gastando rapidamente o que ganhava com as vendas. Para o segundo livro, John tem problemas. Está apenas na quinta página do primeiro capítulo. Ele já recebeu o adiantamento do livro e mais dinheiro apenas quando terminar.
John mal ouviu a leve batida na porta. Ele caminha até a porta, empurrando uma garrafa de vinho vazia para embaixo da cama. Ao abrir a porta, John depara-se com uma mulher muito bonita, de expressivos olhos negros e pele branca como porcelana. Usando um vestido preto até a altura dos joelhos, um casaco de peles, delicadamente perfumada e que escondia a baixa estatura com saltos altos. John não precisou convidá-la para entrar. Ela se convidou antes que ele pudesse dizer qualquer coisa. John percebeu que ela observava o caos do quarto e se envergonhou por ter uma mulher ali naquelas condições. A mulher se apresentou como Beatriz Cray e finalizou a apresentação dizendo:
— Eu preciso que você escreva a minha história. — ela observava o homem de roupas amassadas e barba sem fazer — Eu serei assassinada em duas semanas.
Diante da perplexidade de John, a mulher deu-lhe um sorriso gentil e apontou para a mesa onde estava a máquina de escrever. John convencia-se de que estava muito bêbado para ter um delírio desses. Um pouco confuso com a situação, ele obedeceu e ela puxou uma cadeira e se sentou ao lado da mesa onde John usava para escrever. Beatriz então disse a ele:
— Você escreverá a história de uma menina que veio para Hollywood querendo ser estrela e acabou morta, com o corpo enterrado em um lixão. Se você não escrever a minha história, ninguém nunca saberá onde encontrar-me e o assassino nunca será preso. – John fez menção em dizer alguma coisa e ela o silenciou com o dedo indicador em sua boca:
— Apenas escreva. — ela disse — Você tem muito para escrever.
John obedeceu. Escreveu por horas ouvindo a voz suave daquela mulher. Ele escreveu até o anoitecer quando ela se levantou e foi embora, prometendo que voltaria no dia seguinte. Ele não acreditou, pensava que havia batido a cabeça e estava desmaiado e delirando. John acordou pela manhã, lúcido e bem, sem ressaca. Mal havia aberto os olhos, quando ouviu as batidas na porta e ao abri-la, lá estava Beatriz, com o café da manhã nas mãos, além de um bloco de folhas brancas para ele usar. Assim, eles passaram uma semana e meia. No dia que ela combinou que escreveriam o último capítulo, Beatriz não apareceu. John há esperou o dia todo e no outro dia também. Ele a esperou por uma semana. Relendo o que escrevera, John ouve uma batida forte na porta e corre para abri-la. Não era a Beatriz, mas seu editor Irvin Stuart coçando a careca escondida embaixo do chapéu.
— Cadê o meu livro? — resmunga Irvin acendendo um cigarro ainda na porta.
John olhou para os manuscritos empilhados e os entregou para o editor. No dia seguinte, um telegrama foi entregue para John e era a resposta de Irvin: “Você tá maluco? Tem ideia com quem está mexendo? Precisamos conversar”. O encontro dos dois se deu em um café e nada que John dizia convencia Irvin da veracidade dos manuscritos.
— Ela está morta. — disse John — Eu te levo até o corpo.
Preocupado Irvin coçava a careca. Ele conhecia o histórico de Michael Storm, conhecido produtor e diretor de cinema de Hollywood e acusado no livro de ser o assassino de Beatriz e como aquela história ia acabar para os dois. Mortos e jogados em uma vala. O editor concordou em acompanhar John e eles caminharam até o lixão da cidade e com as próprias mãos, John escavou o local indicado por Beatriz como o lugar que ela seria enterrada. John nada encontrou.
— Eu falei que você enlouqueceu... — disse Irvin — olha o seu estado. — Mas, ela falou que estaria aqui. Eu sei que ela foi morta.
— Eu ainda quero o meu livro — disse Irvin indo embora.
John voltou para a pensão. No quarto ele tinha a visita de dois homens corpulentos, mal encarados e bem vestidos estavam a sua espera. John soube na hora que estava ferrado. Eles o atacaram e o espancaram deixando-o quase que inconsciente e o levaram.
Horas depois, John despertou amarrado em uma cadeira na sala de visitas da casa de Michael Storm. Mesmo com os olhos inchados John reconheceu Beatriz amarrada a outra cadeira do outro lado da sala.
— Pela sua reação, o senhor pensou realmente que ela estivesse morta. A nossa Beatriz te contou uma ótima história. Gostei da ideia do diretor malvado que mata a amante em um acesso de ciúme. Ela só esqueceu-se de contar que ela não passa de uma atriz de talento duvidoso, de papéis pequenos e que pretendia fugir com o meu dinheiro e com um iluminador de um dos filmes B que ela estreou. Cara, ela te enganou direitinho e quase me enganou também.
Beatriz olha para John balançando negativamente a cabeça. Michael empurra a cadeira de Beatriz no chão. Ele a puxa pelos cabelos. Ele a olha nos olhos. Puxa uma arma e atira na cabeça da mulher. John grita. O diretor olha para o escritor e sorri:
— Ela sempre me disse que tinha poderes e que era capaz de prever o futuro. Acho que ela não previu o final do livro de vocês?
Em choque, John é levado pelos capangas. Ele acorda no quarto, na cama ensanguentada com as batidas fortes na porta ao lado do corpo de Beatriz e um revólver na mão. Ele não tem como fugir. Um policial arromba a porta e entra. John saca a arma e atira contra a própria cabeça. Na mesa, o manuscrito do livro, com o final reescrito por Michael com John dando um tiro na própria cabeça.

*O*
AMEI ESSE CONTO .... PARABÉNS PIETRO
PESSOAL, POR FAVOR NÃO ROUBEM O CONTO!!!!!
ESPERO QUE VOCES GOSTEM DO MESMO JEITO QUE GOSTEI ♥*♥
ATÉ O PRÓXIMO CONTO :*

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Transformação de Raven - Livro

Boa noite pessoal ^-^ Saudades de escrever no blog *o* Assim como a Trilogia de Gabriel teve uma postagem, essa Trilogia também terá. Do...